
Um dos poucos lugares do planeta que ainda conservam seu estado natural. Cerca de 1,2 mil ilhas com praias semidesertas e reluzentes, lagoas do mais limpo azul-turquesa, recifes de corais repletos de peixes e exuberantes palmeiras. Esse é o arquipélago de Maldivas, considerado por muitos como a própria filial do paraíso na Terra. Em uma de suas inúmeras viagens pela Ásia, Marco Pólo a nomeou “Flor das Índias”.
Do total de ilhas que fazem parte do país, 200 concentram a grande maioria da população local e cerca de 70 foram adaptadas exclusivamente para atender ao crescente número de turistas que visita a região para descanso. Para quem procura um lugar tranqüilo, caloroso e excelente para a prática de esportes náuticos, o país, localizado ao sul da Índia, é uma ótima recomendação.
Em dezembro de 2004, Maldivas tornou-se famosa por um fato terrível: as imagens que correram o mundo mostrando um terrível terremoto cujo epicentro ocorreu no Oceano Índico. Desse terremoto, surgiu uma série de ondas gigantes conhecidas como tsunamis. Apesar de o abalo ter ocorrido a milhares de quilômetros do arquipélago, os tsunamis chegaram a Maldivas e inundaram dois terços da capital do país, Malé.
Os tsunamis fizeram a população lembrar-se de um antigo presidente de Maldivas, que certa vez afirmou que vivia em uma nação em perigo, por conta das enchentes constantes. Em tempos de preocupações com o aquecimento global, qualquer alteração climática na região seria devastadora para a população local, já que a altitude de praticamente todas as ilhas do país não ultrapassa os dois metros.
Início difícil e progresso contínuo
Os registros históricos do país atestam que o futebol em Maldivas começou a ser praticado na década de 1940, quando o local ainda era um protetorado britânico. No entanto, o primeiro jogo oficial da seleção do país aconteceu somente em 1979, três anos antes da fundação da federação de futebol local. Na ocasião, as ilhas disputaram pela primeira vez o torneio de futebol dos Jogos das Ilhas do Oceano Índico. No primeiro jogo, contra Seychelles, sofreu uma fragorosa derrota por
Apesar da estréia pouco animadora, o governo de Maldivas fundou uma federação de futebol, vislumbrando um potencial de crescimento do esporte para as gerações seguintes. Por influência dos turistas, o futebol, que já era muito praticado nas praias do país, se fortaleceu ainda mais e tornou-se o esporte mais popular do arquipélago.
Após 15 anos sem disputar torneios de grande expressão, Maldivas voltou a reunir sua seleção para disputar torneios oficiais em 1996. No ano seguinte, em jogos válidos pelas eliminatórias para a Copa do Mundo da França, Maldivas realizou uma das piores campanhas já registradas por um país na história: em seis jogos, a seleção levou 59 gols e não fez nenhum. Os resultados mais dilatados foram duas derrotas para a Síria por
Mesmo assim, o governo continuou a incentivar o desenvolvimento do futebol na região, e a associação local firmou uma parceria com a Fifa. Com a verba destinada pelo máximo órgão do futebol mundial, a associação pôde investir em melhorias na infra-estrutura das instalações esportivas do país. Assim, os investimentos retornaram em forma de um melhor nível técnico: a seleção de Maldivas chegou à final do Campeonato de Futebol do Sudeste Asiático e atingiu um feito histórico: um empate sem gols com a Coréia do Sul, que havia recentemente sido quarta colocada da Copa de 2002.
Em
Liga atrativa e domínio da capital
A Liga de Maldivas é organizada desde 1983 e tem um sistema interessante de disputa: na primeira fase, oito times se enfrentam em turno único. Desses oito, seis são da capital e os outros dois vêm das outras ilhas do país. Na segunda fase, seis times seguem na briga pelo título e jogam entre si em dois turnos. O time que somar maior número de pontos sagra-se campeão nacional e ganha o direito a disputar a AFC Cup – torneio criado pela Confederação Asiática de Futebol que envolve clubes dos países de ‘segundo escalão’ (com futebol ‘em desenvolvimento’, de acordo com a AFC).
*Texto de minha autoria publicado na coluna "Conheça a Seleção" do site Trivela
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